quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

O que é?





A violência Doméstica é o resultado da agressão física ou psicológica ao companheiro/companheira.
Atinge milhares de crianças, adolescentes, mulheres, homens e idosos, e na grande maioria das vezes de forma silenciosa e dissimulada.
A sua importância é relevante não só devido ao sofrimento indescritível que vivem as vítimas como também porque a violência doméstica pode impedir um bom desenvolvimento físico e mental da vítima.
A violência doméstica envolve a violência psicológica, a violência física, a violência verbal, a violência económica, a violência sexual, a negligência, entre outros.

Fases da Violência Doméstica


• Fase do Aumento da Tensão: as tensões acumuladas pelo agressor, são tensões que este não consegue resolver sem o recurso à violência, isto é, por exemplo, o agressor acumulou muita tensão, e por isso, à mínima coisa o agressor “explode” tendo que recorrer à violência para acalmar essa tensão.
• Fase do Ataque Violento: o agressor maltrata física e psicologicamente a vítima, em que a última tenta defender-se de uma forma passiva, esperando que ele pare e não avance com mais violência.
• Fase de Apaziguamento: o agressor, depois da tensão ter sido direccionada sob a forma de violência, manifesta arrependimento e promete não voltar a ser violento. A vítima acredita sempre nas palavras de arrependimento da vítima.

Estratégias do agressor

• Violência Física: caracteriza-se pela agressão da vítima. Esta violência é muito influenciada pelo excesso de álcool que em muito prejudica a vítima pois pode levar o agressor à violência extrema.
• Violência Psicológica: caracteriza-se por humilhar, discriminar, difamar, rejeitar o companheiro/companheira ou a criança, de forma a despertar a sua atenção, cuidado e dedicação. O agressor, muitas vezes também como forma de violência psicológica, faz com que a vítima se sinta inferior ou então opta por ficar calado e não dizer nada, percebendo que esta atitude vai provocar um maior impacto.
• Violência Verbal: dá-se em simultâneo com a violência psicológica. Caracteriza-se pela depreciação e utilização de insultos para ferir moralmente a vítima.
• Violência Sexual: normalmente tende a ser ocultada, por vezes por se achar que se pode ser considerado mentiroso ou então por vergonha.
• Negligência: envolve a não satisfação de necessidades básicas. Os danos causados pela negligência podem ser permanentes.
• Isolamento Relacional: proibir a vítima de trabalhar, sair de casa, de ter amigos, de contactar com familiares, ou até mesmo fazer as suas necessidades básicas (ir ao médico, fazer as compras de casa para a alimentação,...)
• Intimidação: ameaça a vítima, vítima sempre com medo, mantendo-a sobre o seu domínio.
• Domínio económico: negar à vítima acesso a bens materiais.

Crimes (na violência doméstica)

• Maus tratos: quando o agressor trata mal a vítima física ou psicologicamente.
• Ameaça: quando o agressor intimida a vítima, provocando-lhe medo, inquietação ou prejuízo na sua liberdade.
• Coacção: quando o agressor constrange outra pessoa, a praticar determinado acto, através da violência ou da ameaça.
• Sequestro
• Coacção sexual: quando o agressor constrange outra pessoa a sofrer ou praticar, consigo ou com outra pessoa, um acto sexual de relevo.
• Violação: quando o agressor força a vítima a manter relações sexuais com uso de violência.
• Tentativa de homicídio: quando o agressor, com intenção de matar, pratica todos os actos, mas o resultado (a morte) não se pratica.
• Ofensas à integridade física: quando o agressor ofende o corpo ou a saúde de uma pessoa.
• Dano: destruir total ou parcialmente, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável algo ou alguém.

Quem agride?


A maioria dos agressores são homens, e normalmente os agressores dividem-se em portadores de Personalidade Anti-Social, Transtorno Explosivo da Personalidade, Dependentes químicos e Alcoólicos e Embriaguez Patológica. O agressor, geralmente, acusa a vítima de ser responsável pela agressão, provocando um grande sentimento de culpa e vergonha na vítima.


Quem é agredido?


Geralmente, as vítimas de violência doméstica são as mulheres e as crianças. E há casos em que são os idosos. Muitas vezes, as vítimas de violência doméstica sentem-se muito frustradas e acabam por pensar que a culpa da agressão foi delas.
Têm dificuldade em denunciar a agressão, não só pela vergonha, mas principalmente pelas consequências desse acto.
A vítima acaba por criar uma relação de dependência com o agressor. A vítima tem pouca auto-estima e sente-se violada e traída, já que o agressor promete, depois da agressão, que nunca mais repete o comportamento, apesar de o fazer.

Quem denuncia?


Quem denuncia os crimes depende muito dos tipos de crime que a vítima sofre, da vítima e também do agressor.
Se a vítima não tiver coragem suficiente para denunciar o agressor, normalmente quem o faz é algum familiar que de algum modo descobriu o crime (por exemplo, por parte de algum vizinho que diga algo).
Se por acaso houver crianças envolvidas na agressão, nesses casos a mulher, que geralmente (quando a criança é vítima) também é vítima de agressão, opta por denunciar pois não suporta ver o (s) seu (s) filho (s) a ser (em) agredido (s).

Fases do Ciclo de Reacção ou Recuperação


• Fase de Impacto: verifica-se logo após a violência, em que a vítima nega o ocorrido, mas mais tarde tende ou pode manifestar desejo de vingança, ou manifestar culpa.
• Fase de Recuperação: nesta fase, a vítima começa a adaptar-se à sua realidade de vítima, e aceita que de facto o crime ocorreu, mas que deve prosseguir com a sua vida da melhor maneira possível.
• Fase de Reorganização: nesta última fase, a vítima ultrapassou os sentimentos de culpa e vingança iniciais.

Consequências


As consequências da violência doméstica são delicadas e podem permanecer durante muito tempo. Além das marcas físicas, a violência doméstica costuma causar também vários danos emocionais, como:
Influências na vida sexual da vítima
Lesões graves
Mau desenvolvimento da personalidade (no caso das crianças)
Baixa auto-estima
Dificuldade em criar laços, em construir relações





A vítima, consoante a gravidade dos danos emocionais, pode passar, mais tarde, a ter o papel do agressor em vez do da vítima.

Pedidos de apoio


Quando ainda está no início da crise
Quando já não aguenta mais a situação de violência
Quando se estabelece uma situação que é, para a vítima, insuportável






VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NA MULHER






A mulher, vítima de violência doméstica, pode apresentar características como distúrbios cognitivos e de memória, comportamentos depressivos, distúrbio de ansiedade, ter uma visão tradicional, ter dificuldade em aceitar a ideia de fracasso da relação conjugal ou ter um conceito de amor que leva ao sacrifício.
As mulheres, na maioria das vezes, não conseguem denunciar o companheiro devido, não só ao que sentem pelo companheiro mas também devido às consequências da denúncia.
Noutros casos, a mulher sente-se responsável pelo acontecido, logo não se sente capaz de denunciar o agressor.


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO HOMEM






Quando as vítimas são homens, normalmente, a violência física não é praticada directamente, sendo cometida por terceiros.
Outro tipo de agressões provocadas no homem, são as agressões que tomam a vítima de surpresa, como por exemplo, durante o sono.
No caso dos homens, a agressão, normalmente, é cometida pelos próprios filhos, pais, avós ou netos existindo casos em que o agressor pode ser a própria mulher.



Violência Doméstica Na Criança

As crianças, vítimas de violência doméstica, que provavelmente sofrem mais, até porque as consequências desses crimes são muitas e graves, como a vergonha que permanece, a dificuldade em criar e manter relações, entre muitas outras.
Nos casos em que a criança é do sexo feminino, esta tem tendência para, mais tarde, procurar ter relações com homens que tenham comportamentos idênticos àqueles que a pessoa que a agrediu tinha.
Se a criança for do sexo masculino, este tem tendência, em certos casos para adquirir comportamentos idênticos ao do agressor (que muitas vezes é o seu pai), ou seja, passa de vítima a agressor.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

sábado, 7 de novembro de 2009

AGRESSÃO
O que é?
A agressão consiste em magoar intencionalmente, física ou psicologicamente outras pessoas.

Pode ser:
Quanto à intenção do sujeito
Agressividade hostil: causa danos no “alvo” com a intenção de o magoar, mesmo não obtendo vantagens para o próprio agressor.

Agressividade instrumental: magoa-se o outro, mas sem intenção de lhe causar sofrimento porque é apenas meio para atingir um determinado objectivo e, por isso, é muitas vezes planeada.
Quanto ao alvo
Agressividade directa: o comportamento agressivo dirige-se à fonte que o originou.

Agressividade deslocada: o comportamento agressivo dirige-se para o “alvo” que não é o responsável pelo acontecer da agressão.

Auto-agressão: o agressor é ao mesmo tempo a vítima/o “alvo”. O agressor comete a agressão a ele próprio.

Quanto à forma como se expressa
Agressão aberta: a agressão é explícita seja física seja psicológica.

Agressão inibida: não se expressa abertamente, não se manifesta para o exterior e dirige-se para si próprio, ou seja, nunca se sabe quando a agressão está a ser aplicada à vítima.

Agressão dissimulada: quando o agressor decide expressar a agressividade de forma disfarçada, recorrendo a processos irónicos.

A agressão relaciona-se com factores de carácter orgânico, o que não significa que o ser humano não é, necessariamente, geneticamente programado para desenvolver comportamentos agressivos.Os factores relacionados com o meio social, com a aprendizagem e com as experiências pessoais, têm um papel fundamental na expressão da agressão.A agressão resulta dos seguintes factores: biológicos, factores socioculturais, factores relativos às experiências e à história de vida de cada um.

Será que poderemos controlar a agressividade?
Pensa-se que sim, pela coacção, pela sublimação e catarse (segundo Freud), desenvolvimento de competências sociais e de comunicação e tomada de medidas sociais alargadas.
Curiosidades: " AS TEORIAS DA AGRESSIVIDADE"
A concepção de Freud: Segundo Freud, a agressividade teria origem numa impulsão inata, impulsão da morte, logo os comportamentos agressivos seriam explicados por uma disposição instintiva e primitiva do ser humano, como acontecia, antigamente, na pré-história.
A concepção de Lorenz: A teoria de Lorenz é essencialmente baseada em como a agressão pode ser um meio de libertação por parte do agressor. Segundo essa teoria, a agressividade humana estava já inserida na constituição genética de cada ser humano, sendo desencadeada em determinadas situações. Os humanos não têm o mesmo tipo de agressividade dos animais, o que explica as guerras.
A concepção de Dollard: A teoria de Dollard explica que agressão acontece devido à frustração, ou seja, a agressão é uma reacção à frustração. Quando o sujeito não consegue alcançar os seus objectivos, recorre à agressão.

A concepção de Bandura: Tal com a sua teoria nos indica, a agressão tem origem na sua própria aprendizagem, acontecendo muitas vezes em crianças, que, observando o meio envolvente, (familiar, escolar, etc.), ou até pelos desenhos animados exibidos na televisão, aprendem a magoar o outro.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009



A Negligência
A negligência acontece quando o responsável pela criança/idoso/outra (pessoa dependente de outra) não lhes proporciona as necessidades e cuidados básicos, para a sua sobrevivência, desenvolvimento... Os danos causados pela negligência podem ser muito graves, podendo durar muito tempo.


A Violência Verbal


A violência verbal não é uma forma de violência psicológica. A violência verbal normalmente é utilizada para incomodar a vida das outras pessoas. Pode ser feita através do silêncio, que muitas vezes é muito mais violento que os métodos utilizados habitualmente, como as ofensas morais (insultos), depreciações e os questionários sem fim.


Violência sexual



É aquela pela qual o agressor abusa do poder que tem sobre a vítima para obter gratificação sexual, sem o seu consentimento, sendo induzida ou obrigada a práticas sexuais com ou sem violência física. Consequentemente, a violência sexual acaba por gerar o medo, vergonha e culpa na vítima, mesmo naquelas que acabam por denunciar o seu agressor, no entanto, pelas razões já referidas, estes crimes tendem a ser ocultos.






Abuso Sexual

O que é?

O abuso sexual implica uma série de práticas sexuais onde há a depreciação de alguns pressupostos necessários que têm de ocorrer para que seja considerado como tal, tais como a falta de consentimento (que pode ser explícito, no caso de adultos, ou implícito, no caso de menores) e uso da violência (física ou moral/psicológica).
O abuso sexual é definido como qualquer actividade sexual entre duas pessoas em que uma delas não quer/não deseja praticá-lo, ou seja, há um indivíduo que não consente a prática sexual.O abuso sexual pode ocorrer entre adultos, um adulto e um menor ou entre menores
.

Tipos de abuso sexual

Existem vários tipos de abuso sexual e em todos eles, há necessidade de tratamento tanto dos abusadores, como das vítimas. Acontece, por vezes, que a vítima se pode tornar mais tarde num abusador, devido ao trama com que ficou, após o abuso sexual.

Abuso sexual infantil / Pedofilia

A Pedofilia é ao que se chama, nos dias de hoje, abuso sexual de menores; é um transtorno, onde a pessoa que abusa/o abusador, apresenta fantasia e excitação sexual intensa com crianças e adolescentes, envolvendo sentimentos de angústia e sofrimento.
A pessoa é considerada como “abusador”se tiver, no mínimo, 16 anos de idade e ser pelo menos 5 anos mais velho em relação à vítima. A grande maioria dos abusadores são homens, mas suspeita-se que os casos de mães abusadoras sejam sub diagnosticados.
As causas do abuso são variáveis. O abusador normalmente justifica os seus actos, afirmando que está a oferecer à criança oportunidades de desenvolvimento no sexo, o ser especial e saudável, praticando sexo com a permissão da criança.
Pode envolver-se afectivamente e deixar de ter qualquer noção de limites entre papéis e diferenças de idade.
Quando ocorre dentro do seio familiar, o processo é bastante complicado. Normalmente interna-se a criança para sua protecção. Nos casos em que a criança é também espancada, deve ser tratada fisicamente. O tratamento é então, inicialmente, direccionado para a intervenção em crise. Os familiares ficam então divididos: uma parte acusa o abusador, e a outra parte acusa a vítima, difamando-a ao afirmar que ela é a culpada pela participação e provocação do abuso.
Devido ao facto de o abuso de menores ser um crime, o tratamento do abusador torna-se mais difícil e complicado.
As consequências emocionais para a criança são bastante graves, tornando-a insegura, culpada, deprimida, com problemas sexuais e problemas nos relacionamentos íntimos na vida adulta.

Abuso Sexual Infantil

O que é?

O Abuso Sexual Infantil é definido como a exposição de uma criança a estímulos sexuais impróprios para a sua idade, o seu nível de desenvolvimento psicossocial e o seu papel na família. Ou seja, o abuso sexual infantil é qualquer conduta sexual com uma criança, originado por um adulto ou criança mais velha, em que ocorre penetração vaginal/anal, toque da criança nos genitais do adulto e vice-versa, contacto genital/anal ou quando os genitais do adulto roçam nos da criança.

Podem ocorrer outros tipos de abusos sexuais infantis, mas que são considerados menos graves dos que os anteriormente referidos, como mostrar os genitais do adulto à criança, incitar a criança a ver revistas ou filmes pornográficos ou utilizar a criança para o fabrico de material pornográfico.
O Abuso Sexual Infantil pode ocorrer na família, através do pai, do padrasto, do irmão, ou outro parente qualquer. Pode ocorrer fora de casa, na casa de algum amigo, por um professor, ou mesmo por um desconhecido.

A criança abusada

A criança que é vítima de abuso sexual prolongado, normalmente desenvolve uma perda de auto-estima, tem a sensação de que não vale nada e adquire uma ideia anormal da sexualidade. A criança pode tornar-se muito retraída, perder a confiança nas pessoas e até considerar o suicídio, principalmente quando a pessoa que abusa a ameaça de violência se negar aos seus desejos.
Quando os abusos sexuais ocorrem na família, a criança tem muito medo da violência do parente abusador, da vergonha dos outros membros da família, das possibilidades de vingança e represálias, e também medo que a família se desintegre, ou que não acredite nela.
As crianças abusadas sexualmente, quando em adultos, têm muitas dificuldades em criar relações harmoniosas com outras pessoas, podem tornar-se em adultos que também abusam de outras crianças, podem prostituir-se ou podem ter outros problemas sérios.
O comportamento das crianças abusadas sexualmente pode ser muito variado, e pode incluir:

Interesse excessivo ou o evitar de natureza sexual;

Problemas com o sono e pesadelos;

Depressão ou isolamento em relação a amigos e família;

Achar que têm o corpo sujo ou contaminado;

Terem medo de que haja algo de mal com os seus genitais;

Negarem-se a ir à escola;

Rebeldia e delinquência;

Agressividade excessiva;

Comportamento suicida;

Terror e medo de algumas pessoas ou alguns lugares;

Respostas ilógicas quando perguntamos sobre alguma ferida nos seus genitais;

Terror irracional diante do exame físico;

Mudanças súbitas de conduta.

O abusador

Habitualmente, quem abusa sexualmente de crianças são pessoas que a criança conhece e que podem controlá-la. Na maioria dos casos, a criança conhece o abusador. O abusador, normalmente, é alguém de quem a criança gosta e em quem confia. Por isso, quase sempre, consegue convencê-la a participar neste tipo de actos através da persuasão, recompensas ou ameaças.
Quando o abuso sexual não ocorre dentro de casa, este pode rondar algum sítio frequentado regularmente pela criança, como a escola, o local onde poderá praticar alguma actividade, entre outros.
Normalmente, os adultos conhecidos, como por exemplo, o pai, o padrasto, irmão mais velho, são os agressores sexuais mais frequentes, apesar de existirem casos em que os agressores sejam do sexo feminino
Os casos de abuso sexual infantil começam lentamente, apenas com a prática de “carinhos” que raramente deixam lesões físicas, passando mais tarde a outro tipo de atitudes. É neste momento de mudança entre “carinhos” e outras atitudes, que a criança questiona, como é que alguém em quem ela confia e de quem gosta, pode ter atitudes tão desagradáveis.

A família da criança abusada

A primeira reacção da família diante da notícia de abuso sexual pode ser de incredulidade. Muitas vezes acreditam que a criança inventou essas histórias. De um modo geral, mesmo que o suposto abusador seja conhecido, é importante que não se ponha em causa a denúncia da criança.
Em geral, aqueles que abusam sexualmente de crianças podem fazer com que as suas vítimas fiquem extremamente assustadas e com medo, sujeitando-as a uma série de pensamentos torturantes, tais como a culpa, o medo de ser recriminada, de ser punida, etc. Por isso, se a criança diz ter sido abusada sexualmente, os pais devem fazê-la sentir que o que se passou não foi sua culpa, devem procurar ajuda médica e levar a criança a um psicólogo.

Sequelas

Os danos físicos permanentes como consequência do abuso sexual são muito raros. A recuperação emocional depende, em parte, da reacção da família. As reacções ao abuso sexual variam com a idade e com a personalidade de cada criança, bem como da natureza da agressão que a mesma sofreu.
O período de readaptação depois do abuso é difícil não só para a criança, mas também para a família. Muitas crianças continuam com medo por várias semanas, podendo ter dificuldades em comer e dormir.
Ao nível dos traços do desenvolvimento da personalidade, o abuso sexual infantil pode estar relacionado com futuros sentimentos de traição, desconfiança, hostilidade e dificuldades nos relacionamentos, sensação de vergonha, culpa e auto-desvalorização. Relacionado também com o abuso sexual infantil temos a Personalidade de Boderline e o Transtorno de conduta.
Ao nível de quadros psiquiátricos mais graves, o abuso sexual infantil relaciona-se com o Transtorno de Stress Pós-Traumático, com a depressão, disfunções sexuais, quadros histéricos, dificuldade de aprendizagem, transtornos do sono, transtornos da alimentação, ansiedade e fobias.

Recuperação da vítima

Quando a criança confia a um adulto que foi vítima de abuso sexual, seja o abusador um familiar ou não, esse adulto deve imediatamente assegurar a protecção da criança, e apesar de não saber o que fazer por se sentir incomodado, deve:

Incentivar a criança a falar livremente do que se passou;

Demonstrar que compreende a angústia dela e levar a sério o que está a dizer;

Assegurar à criança que fez bem em contar o que se passava, mesmo que o abusador seja um familiar;

Mostrar à criança que ela não tem culpa do abuso sexual. A maioria das crianças vítimas de abuso sexual pensa que elas foram a causa do ocorrido ou podem pensar que é um castigo por algo errado que tenham feito.

Quando se sabe de algum caso de abuso sexual, deve-se pensar em algumas condutas, como:

Informar as autoridades de qualquer suspeita;

Consultar um pediatra ou médico de família para atestar a veracidade da agressão;

Levar a criança a fazer uma avaliação psiquiátrica para determinar os efeitos emocionais da agressão sexual, bem como avaliar a necessidade de ajuda profissional para superar o trauma do abuso;

Ainda que a maior parte das acusações de abuso sejam verdadeiras, pode haver falsas acusações em casos de disputa sobre a custódia infantil;

Quando a criança tem que testemunhar sobre a identidade do seu agressor, deve-se preferir métodos indirectos e especiais;

Quando a criança faz uma confidência a alguém sobre abuso sexual é importante dar-lhe apoio para assim ajudar no restabelecimento da sua autoconfiança, na confiança nos outros adultos e na melhoria da sua auto-estima.



Estupro
(violência ou violação sexual, ataque sexual)

O estupro/violação é definido como o acto físico de atacar outra pessoa e forçá-la a praticar sexo, mesmo que ela não o queira praticar, estando a vítima consciente ou não.
Geralmente, o violador é do sexo masculino e tem sentimentos de ódio e rancor em relação às mulheres, e de inadequação e insegurança em relação à sua performance sexual. Pode apresentar desvios sexuais como o sadismo (perturbação do instinto sexual em que a satisfação sexual é alcançada por meio do sofrimento físico ou moral/psicológico infligido ao parceiro; perversão que consiste em tirar prazer perante o sofrimento alheio; é uma forma de crueldade, maldade) ou anormalidades genéticas com tendências à agressividade.
O violador tem em média 32 anos e a maioria não tem mais do que o 9º ano de escolaridade.

Grande parte dos violadores sofre de distúrbios mentais e são normalmente pessoas sociais que nunca sentem qualquer tipo de remorsos pelos seus actos cruéis.
A vítima, na maior parte dos casos, é censurada, existindo uma tendência social para acusá-la directa ou indirectamente por ter provocado o estupro. Sente-se incapaz e tem muito medo em denunciar o violador, que muitas vezes é alguém já conhecido, sentindo-se muito culpada e com medo de “vinganças”/represálias.

Os motivos que levam um homem a violar uma mulher podem ser:

a) O objectivo de evidenciar o seu poder sobre a mulher, simplesmente porque é a única forma de se satisfazer sexualmente;

b) Ou então apenas como acto libidinoso, que é o caso dos que, durante um assalto vêem uma mulher e aproveitam a oportunidade.

A maioria de violadores culpa as suas vítimas pela violação, ou porque afirmam que elas os provocaram ou porque foram negligentes por andarem sozinhas na rua à noite.




Assédio sexual (coacção sexual)

O assédio sexual inclui uma aproximação sexual que não é bem-vinda, uma solicitação de favores sexuais ou qualquer conduta física ou verbal de natureza sexual.
Existem dois tipos de assédio
sexual:

a) Quando existe uma pressão sobre a vítima para esta prestar algum favor sexual, se a mesma se submeter a essa “ordem”,de alguma forma, por estar hierarquicamente abaixo do assediador.

b) Quando há uma pressão para a vítima se sentir num ambiente desagradável por ser do seu sexo específico. Por exemplo, uma mulher ser hostilizada ou que não seja bem-vinda por ser uma mulher num determinado ambiente de trabalho, fazendo com que se sinta tão mal a ponto de ter de abandonar o emprego ou permanecer nele, mas sofrendo.

O tratamento dessas vítimas consiste em ajudá-las a tomar medidas legais contra o assédio que sofreram, treinando-as para saber quando estão a ser submetidas a esse tipo de abuso, isto porque há muitas vítimas que são submetidas a esse tipo de abuso e nem sabem do que se trata.


Exploração Sexual Profissional

A Exploração Sexual Profissional ocorre quando há algum tipo de envolvimento sexual (ou intimidade) entre uma pessoa que presta algum serviço (de confiança e com algum poder) e um indivíduo que procurou a sua ajuda profissional.
Pode ocorrer em todos os relacionamentos profissionais nos quais haja algum tipo de poder de um indivíduo sobre outro. Acontece, muitas vezes entre o director/gerente de algo e uma das empregadas. A Exploração Sexual Profissional, ocorre, habitualmente, entre homem e mulher, sedo o primeiro o indivíduo com poder sobre a vítima.
É sempre muito difícil tratar um paciente que foi explorado por um médico ou terapeuta. Há uma incapacidade da vítima para confiar novamente, impossibilitando a aliança terapêutica, extremamente importante para desenvolver o relacionamento saudável médico/paciente e a obtenção de sucesso no tratamento.
O profissional abusador enfrenta também muitas dificuldades no seu tratamento. Normalmente procura ajuda apenas quando foi denunciado e indiciado. Existem ainda poucos serviços especializados e direccionados ao tratamento dessas situações.


A Violência Psicológica

A violência psicológica, o mesmo que violência emocional, causa mais ou os mesmos danos que a violência física; é caracterizada pela rejeição, depreciação, discriminação, humilhação e desrespeito, em relação à vítima. Este tipo de violência não causa danos físicos, mas sim psicológicos, que nunca são esquecidos, deixando marcas na vítima durante toda a sua vida. A violência psicológica pode ocorrer sob a forma de mobilização emocional da vítima (com o objectivo de satisfazer as necessidades de atenção, carinho e importância), ou agressão psicológica dissimulada em que o agressor faz com que a vítima se sinta inferior, dependente e culpada, o que leva ao seu isolamento, do mundo e de tudo o que a rodeia, tendo risco a ficar com doenças mentais, tais como a depressão crónica. A atitude de oposição e aversão também é um caso de violência psicológica, em que o agressor toma certas atitudes com o intuito de provocar ou menosprezar a vítima. As ameaças de morte também são um caso de violência psicológica.

A Violência Física

A violêcia física é caracterizada pelo uso da força com a intenção de magoar e ferir a vítima, podendo ou não deixar marcas dessa agressão. Neste tipo de violência, o agreesor recorre a murros, estalos (etc), e utiliza obejctos com o mesmo fim, como por exemplo os chicotes e materiais de ferro ou de outro tipo de metais com a intenção de queimar porfundamente a vítima.

A violência física resulta da embriaguês do agressor ou simplesmente se o mesmo sofrer de algum desiquilibrio/problemas a nível psicológico. Este tipo de violência pode vir a contrair na vítima problemas psicológicos, porque a mesma fica num estado de choque tão elevado que tem medo de se pronunciar sobre a agressão, visto que a última se pode voltar a repetir mais gravemente.

Às vezes a agressão física pode levar à morte!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009



Mas o que é a VIOLÊNCIA?





A violência é um comportamento que causa danos a outra pessoa ou a outro ser vivo, como por exemplo os animais. No ser humano, pode ser de vários tipos e cometida de várias maneiras e, por isso, surgem muitas consequências graves em relação à vítima não só física mas também psicológicas. Os problemas psicológicos são sempre mais graves do que os danos físicos, ao contrário do que muitas pessoas pensam; e os problemas psicológicos marcam as pessoas durante muito tempo ou até mesmo para toda a vida.

São exemplos de violência a violência física, a violência psicológica, a violência verbal, a violência doméstica, a negligência, a violência sexual ou violação e a violência escolar ou bullyng.




VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE










A violência é algo cada vez mais representativa da nossa sociedade.
Por isso, muitas características da nossa sociedade podem influenciar e influenciam, muitas vezes, os comportamentos de modo a sermos violentos.
Os meios que mais nos influenciam de modo a termos comportamentos violentos são a televisão, a escola, isto é, os contextos sociais em que estamos inseridos e também o nosso círculo de amigos que muitas vezes origina aquilo que se chama de delinquência juvenil.


NA TELEVISÃO










A Televisão é a nossa maior influência. Muitos jovens praticaram milhares de crimes representados na Televisão quando atingiram a idade de 18 anos.
A violência na Televisão é “enfeitiçadora” e memorável. Uma cena que dura apenas alguns segundos – transmitida numa pequena parte de um programa – pode ser recordada a longo prazo mais do que qualquer outra cena da história. A violência possui uma mensagem muito contagiosa e produz frequentemente um efeito directo.
As crianças imitam o que vêem. Elas transformam isso em jogos, magoando outras crianças. O efeito da televisão nas pessoas, torna-as rudes e deprime os outros. O seu impacto é aniquilador e corruptível. A violência na Televisão não é só agressão infantil física ou verbal, tal como bater em alguém. Ela representa formas directas e sérias de agressão.
As crianças começam a ver Desenhos Animados aos dois anos. Aos 6, aproximadamente, 90% das crianças já são clientes habituais da Televisão.
As crianças mais novas vêem os desenhos animados porque eles são "codificados" de uma forma nítida, isto é, cada acção é sublinhada por efeitos sonoros particulares, que visam ajudar a sua compreensão e captar a sua atenção.
Quando assistem a cenas de violência, por exemplo, é provável que incluam à sua maneira que "é o mais forte que tem razão". Em contrapartida, têm dificuldade em compreender as mensagens mais subtis e em perceber que certas acções são mais justificadas do que outras. Inversamente, compreendem sem dificuldade que se obtém o que se pretende quando se detém o poder.
Uma acção é considerada moral ou imoral em função de quem realiza, e não do que é realizado. Os valores morais da Televisão são veiculados pelas personagens.
No que diz respeito aos Desenhos Animados, uma grande quantidade de violência, presente neste tipo de programas, afecta de forma bastante significativa as crianças. E esta influência pode acompanhá-las até uma idade muito avançada e, mais tarde, levar a uma confusão acerca da violência. As crianças podem ser levadas a pensar que se magoarem ou matarem alguém, essas pessoas regressarão à vida. E que se baterem em alguém com um objecto, como acontece nos Desenhos Animados em que as suas personagens favoritas se levantam e continua tudo bem, essas pessoas não ficarão magoadas.
As crianças imitam muitas vezes cenas de violência que vêem na Televisão, o que nas duas “brincadeiras” tem resultados catastróficos.
Assistindo a actos de agressão, as crianças reproduzem o comportamento e aprendem a ser agressivas das mais variadas formas, retirando conclusões sobre o facto de se ser agressivo trazer recompensas.
Crianças que vêem personagens de Televisão a conseguirem o que querem através da violência estão mais aptas a imitar esses comportamentos.
Crianças que são espectadoras assíduas de violência nos media aprendem que a agressão é um meio bem sucedido e aceitável para atingir fins e resolver problemas; ficam menos aptas a beneficiar de desempenhos criativos e imaginativos como meios naturais de exprimir sentimentos e tornam-se crianças mais irritadas.

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS OU BULLYNG ESCOLAR










A violência tem aumentado de dia para dia, principalmente entre os jovens. Como se sabe, a maior parte do dia dos jovens, é passado na escola, e como tal as influências sofridas na escola, são muito importantes na formação de um jovem, e se forem negativas são graves problemas sociais.
Sabe-se à partida, que os jovens que costumam fumar, consumir drogas e beber bebidas alcoólicas na escola, são aqueles que têm mais tendência para terem comportamentos provocadores e/ou violentos.
A maioria dos jovens que têm comportamentos violentos e/ou provocadores, normalmente são rapazes, que têm entre 13 a 16 anos e que em geral não se sentem felizes, nem gostam muito da escola.
A relação com os amigos é um factor que é muito importante, pois esses amigos podem, em muito, influenciar comportamentos violentos, através de ameaças, entre outros métodos.
Outros casos, em que jovens têm comportamentos violentos, são aqueles em que estes têm esse tipo de comportamentos por não se sentirem seguros na escola.
Reconhece-se, então, a importância dos contextos sociais nos jovens, ou seja, a família, o envolvimento escolar, a relação com os professores e os laços de amizade criados.
Apercebe-se de que factores como o consumo de álcool, drogas, a posse de armas, a percepção de infelicidade e ligações com jovens, que se sabe, à partida, que só trazem más influências, são factores que potencializam comportamentos violentos e/ou provocadores.
Hoje em dia, a violência nas escolas tem aumentado drasticamente, e como tal é necessário tomar diversas medidas para a diminuição desta violência, de modo a modificar certos hábitos da nossa sociedade, diminuindo os comportamentos violentos, principalmente nos jovens.

DELINQUÊNCIA JUVENIL

Todos os jovens fazem parte de um grupo com o qual se identificam. Este grupo tem um papel fundamental na estruturação do adolescente enquanto indivíduo social.
Um grupo social é uma unidade social estruturada de indivíduos entre os quais se dá uma interacção frequente. Os grupos organizam-se segundo valores e normas comuns, segundo uma cooperação com o intuito de alcançar objectivos comuns, e também segundo a diferenciação de papéis e funções a desempenhar num grupo.
Cada grupo tem um símbolo, uma referência, um contexto e uma forma de pensar própria. Uns destacam-se pelas roupas, outros pelos penteados, por atitudes radicais ou ainda por uma certa rebeldia.
A preocupação principal dos pais e educadores é quando o adolescente pertence a um grupo cujos valores e costumes ficam à margem das normas sociais.
Abordar este problema com o adolescente, e transmitir-lhe as suas inquietações, enquanto pai ou educador, pode ser muito difícil. Difícil porque não se sabe à partida se o adolescente irá aceitar livremente a sua opinião ou se a irá recusar.No caso de recusar a opinião pode, eventualmente originar conflitos familiares.
Há certos pontos que se deve ter em atenção quando se lida com um adolescente:
Não vale a pena reprovar a maneira de vestir ou de pentear do adolescente, quando isso se identifica com o símbolo do seu “grupo de iguais”.
Há que ponderar antes de se dizer ao adolescente que o seu grupo de amigo é uma má influência.
Não criticar constantemente o seu grupo de amigos. O adolescente não vai mudar de opinião relativamente ao seu grupo, pelo contrário, vai protegê-lo e defendê-lo em todas as ocasiões.
Nunca se deve argumentar, dizendo que o adolescente em grupo faz coisas que, sozinho, não teria coragem de fazer.


Em determinados casos, torna-se óbvio que o grupo de amigos do adolescente exerce uma influência negativa sobre este, ou porque começou a consumir drogas, a beber álcool, ou a cometer práticas delinquentes.
A influência dos grupos em que se está inserido muitas vezes influencia os comportamentos que temos. Nem sempre as decisões ou atitudes que os adolescentes tomam, são por vontade própria, na maioria dos casos são influenciadas pelos amigos. Existem, também, casos em que estas decisões ou atitudes são obrigadas.
Os adolescentes, geralmente, acabam por tomar atitudes por conformismo ou obediência, ou seja, por pressão social directa ou indirecta do grupo a que pertence. Uma pessoa acaba por mudar o seu comportamento para seguir as crenças e os valores desse mesmo grupo.
Nestes casos, deve-se tentar resolver as coisas da melhor maneira, sem pressionar, porque no início o adolescente acha que está a ter os comportamentos correctos, e se o pressionarmos ou tentarmos resolver as coisas de uma forma menos correcta, pode originar a revolta do adolescente, e só piorar as coisas.