Mas o que é a VIOLÊNCIA?
A violência é um comportamento que causa danos a outra pessoa ou a outro ser vivo, como por exemplo os animais. No ser humano, pode ser de vários tipos e cometida de várias maneiras e, por isso, surgem muitas consequências graves em relação à vítima não só física mas também psicológicas. Os problemas psicológicos são sempre mais graves do que os danos físicos, ao contrário do que muitas pessoas pensam; e os problemas psicológicos marcam as pessoas durante muito tempo ou até mesmo para toda a vida.
VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE
A violência é algo cada vez mais representativa da nossa sociedade.
Por isso, muitas características da nossa sociedade podem influenciar e influenciam, muitas vezes, os comportamentos de modo a sermos violentos.
Os meios que mais nos influenciam de modo a termos comportamentos violentos são a televisão, a escola, isto é, os contextos sociais em que estamos inseridos e também o nosso círculo de amigos que muitas vezes origina aquilo que se chama de delinquência juvenil.
NA TELEVISÃO
A Televisão é a nossa maior influência. Muitos jovens praticaram milhares de crimes representados na Televisão quando atingiram a idade de 18 anos.
A violência na Televisão é “enfeitiçadora” e memorável. Uma cena que dura apenas alguns segundos – transmitida numa pequena parte de um programa – pode ser recordada a longo prazo mais do que qualquer outra cena da história. A violência possui uma mensagem muito contagiosa e produz frequentemente um efeito directo.
As crianças imitam o que vêem. Elas transformam isso em jogos, magoando outras crianças. O efeito da televisão nas pessoas, torna-as rudes e deprime os outros. O seu impacto é aniquilador e corruptível. A violência na Televisão não é só agressão infantil física ou verbal, tal como bater em alguém. Ela representa formas directas e sérias de agressão.
As crianças começam a ver Desenhos Animados aos dois anos. Aos 6, aproximadamente, 90% das crianças já são clientes habituais da Televisão.
As crianças mais novas vêem os desenhos animados porque eles são "codificados" de uma forma nítida, isto é, cada acção é sublinhada por efeitos sonoros particulares, que visam ajudar a sua compreensão e captar a sua atenção.
Quando assistem a cenas de violência, por exemplo, é provável que incluam à sua maneira que "é o mais forte que tem razão". Em contrapartida, têm dificuldade em compreender as mensagens mais subtis e em perceber que certas acções são mais justificadas do que outras. Inversamente, compreendem sem dificuldade que se obtém o que se pretende quando se detém o poder.
Uma acção é considerada moral ou imoral em função de quem realiza, e não do que é realizado. Os valores morais da Televisão são veiculados pelas personagens.
No que diz respeito aos Desenhos Animados, uma grande quantidade de violência, presente neste tipo de programas, afecta de forma bastante significativa as crianças. E esta influência pode acompanhá-las até uma idade muito avançada e, mais tarde, levar a uma confusão acerca da violência. As crianças podem ser levadas a pensar que se magoarem ou matarem alguém, essas pessoas regressarão à vida. E que se baterem em alguém com um objecto, como acontece nos Desenhos Animados em que as suas personagens favoritas se levantam e continua tudo bem, essas pessoas não ficarão magoadas.
As crianças imitam muitas vezes cenas de violência que vêem na Televisão, o que nas duas “brincadeiras” tem resultados catastróficos.
Assistindo a actos de agressão, as crianças reproduzem o comportamento e aprendem a ser agressivas das mais variadas formas, retirando conclusões sobre o facto de se ser agressivo trazer recompensas.
Crianças que vêem personagens de Televisão a conseguirem o que querem através da violência estão mais aptas a imitar esses comportamentos.
Crianças que são espectadoras assíduas de violência nos media aprendem que a agressão é um meio bem sucedido e aceitável para atingir fins e resolver problemas; ficam menos aptas a beneficiar de desempenhos criativos e imaginativos como meios naturais de exprimir sentimentos e tornam-se crianças mais irritadas.
VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS OU BULLYNG ESCOLAR
A violência tem aumentado de dia para dia, principalmente entre os jovens. Como se sabe, a maior parte do dia dos jovens, é passado na escola, e como tal as influências sofridas na escola, são muito importantes na formação de um jovem, e se forem negativas são graves problemas sociais.
Sabe-se à partida, que os jovens que costumam fumar, consumir drogas e beber bebidas alcoólicas na escola, são aqueles que têm mais tendência para terem comportamentos provocadores e/ou violentos.
A maioria dos jovens que têm comportamentos violentos e/ou provocadores, normalmente são rapazes, que têm entre 13 a 16 anos e que em geral não se sentem felizes, nem gostam muito da escola.
A relação com os amigos é um factor que é muito importante, pois esses amigos podem, em muito, influenciar comportamentos violentos, através de ameaças, entre outros métodos.
Outros casos, em que jovens têm comportamentos violentos, são aqueles em que estes têm esse tipo de comportamentos por não se sentirem seguros na escola.
Reconhece-se, então, a importância dos contextos sociais nos jovens, ou seja, a família, o envolvimento escolar, a relação com os professores e os laços de amizade criados.
Apercebe-se de que factores como o consumo de álcool, drogas, a posse de armas, a percepção de infelicidade e ligações com jovens, que se sabe, à partida, que só trazem más influências, são factores que potencializam comportamentos violentos e/ou provocadores.
Hoje em dia, a violência nas escolas tem aumentado drasticamente, e como tal é necessário tomar diversas medidas para a diminuição desta violência, de modo a modificar certos hábitos da nossa sociedade, diminuindo os comportamentos violentos, principalmente nos jovens.
DELINQUÊNCIA JUVENIL
Todos os jovens fazem parte de um grupo com o qual se identificam. Este grupo tem um papel fundamental na estruturação do adolescente enquanto indivíduo social.
Um grupo social é uma unidade social estruturada de indivíduos entre os quais se dá uma interacção frequente. Os grupos organizam-se segundo valores e normas comuns, segundo uma cooperação com o intuito de alcançar objectivos comuns, e também segundo a diferenciação de papéis e funções a desempenhar num grupo.
Cada grupo tem um símbolo, uma referência, um contexto e uma forma de pensar própria. Uns destacam-se pelas roupas, outros pelos penteados, por atitudes radicais ou ainda por uma certa rebeldia.
A preocupação principal dos pais e educadores é quando o adolescente pertence a um grupo cujos valores e costumes ficam à margem das normas sociais.
Abordar este problema com o adolescente, e transmitir-lhe as suas inquietações, enquanto pai ou educador, pode ser muito difícil. Difícil porque não se sabe à partida se o adolescente irá aceitar livremente a sua opinião ou se a irá recusar.No caso de recusar a opinião pode, eventualmente originar conflitos familiares.
Há certos pontos que se deve ter em atenção quando se lida com um adolescente:
Não vale a pena reprovar a maneira de vestir ou de pentear do adolescente, quando isso se identifica com o símbolo do seu “grupo de iguais”.
Há que ponderar antes de se dizer ao adolescente que o seu grupo de amigo é uma má influência.
Não criticar constantemente o seu grupo de amigos. O adolescente não vai mudar de opinião relativamente ao seu grupo, pelo contrário, vai protegê-lo e defendê-lo em todas as ocasiões.
Nunca se deve argumentar, dizendo que o adolescente em grupo faz coisas que, sozinho, não teria coragem de fazer.
Em determinados casos, torna-se óbvio que o grupo de amigos do adolescente exerce uma influência negativa sobre este, ou porque começou a consumir drogas, a beber álcool, ou a cometer práticas delinquentes.
A influência dos grupos em que se está inserido muitas vezes influencia os comportamentos que temos. Nem sempre as decisões ou atitudes que os adolescentes tomam, são por vontade própria, na maioria dos casos são influenciadas pelos amigos. Existem, também, casos em que estas decisões ou atitudes são obrigadas.
Os adolescentes, geralmente, acabam por tomar atitudes por conformismo ou obediência, ou seja, por pressão social directa ou indirecta do grupo a que pertence. Uma pessoa acaba por mudar o seu comportamento para seguir as crenças e os valores desse mesmo grupo.
Nestes casos, deve-se tentar resolver as coisas da melhor maneira, sem pressionar, porque no início o adolescente acha que está a ter os comportamentos correctos, e se o pressionarmos ou tentarmos resolver as coisas de uma forma menos correcta, pode originar a revolta do adolescente, e só piorar as coisas.
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